Ligados pelo tema “Política” da Quadrienal de Praga, e entendendo o papel do cenógrafo como aquele que cria novas abordagens da interação das artes visuais com a cidade, apresentamos nosso processo criativo dividido em dois cadernos: presente (i) e futuro (ii). Tomando como campo de atuação a cidade de São Paulo, nosso trabalho tem como foco o Rio Pinheiros e os reflexos do seu processo de retificação na dinâmica urbana, que fez que seu curso d’água deixasse de ser protagonista da vivência do espaço público da cidade.

Dentro da lógica industrial que atingiu o país nas décadas de 30 e 40, o rio, que fora um local de lazer aproveitado pelos habitantes mas, sobretudo, também utilizado por pequenos produtores, foi canalizado e seu curso invertido. Suas áreas de várzea foram urbanizadas e ocupadas (utilizando-se do rio como área de despejo), vias espessas foram construídas em suas margens, fazendo com que o Rio Pinheiros se isolasse do quotidiano das pessoas. Neste caderno, registramos nossas reflexões em torno do embate entre rio, cidade e política, bem como nossas ações de intervenção nos espaços públicos, por onde passava o curso natural do Rio Pinheiros.

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